domingo, 6 de julho de 2008

Altamira-Pa

Bem amigos, não sei se alguém ainda se interessa em saber de mim, nem sei se alguém lembra de mim, mesmo assim, cá estou para deixá-los tranquilos sobre minha situação. Sim, estou vivo.


bem, Aqui é tudo como eu imaginava ser, ou seja, um grande nada. Meus colegas de quarto são incríveis, me ajudaram muito a sobreviver com a dor da saudade e de alguns cortes nas mãos para arrumar a barraca. Estavamos acampados em pleno matagal, com todos os bichos possíveis e imagináveis convivendo harmonicamente.

Regra da selva: - O intruso é você. Portanto, respeite os habitantes. É o que faço, tento ao máximo não perturbar, e perco horas admirando cada espécie que eu só via no globo ecologia.

Não moro na selva, como vocês devem estar pensando. Moro em um alojamento do governo, que fica perto das aldeias indígenas, o contato com eles não é tão bom quanto eu imaginei, eles têm resistência com a gente pela questão ambiental, acabamos sendo intrusos também com eles.

Mas nem tudo é ruim e invasivo. Estou tendo tempo pra pensar no valor que cada pedaço de pão tem, dividimos tudo, desde um copo de água, até um frango. Somos 6 bocas dividindo tudo. Não estou magro, mas estou mais esbelto, digamos assim...rs

Enfim, o tempo aqui corre lento e eu estou morrendo de saudades, não vejo a hora de rever amigos, família, civilização.

Voltarei na net dia 01 de agosto, e estarei no msn, quem quiser falar comigo:
joaopedrowerneck@hotmail.com

Beijo em todos.

sábado, 21 de junho de 2008

Impressão

Desci do avião, passava da meia-noite, o calor úmido de Belém me recebeu, impossível não lembrar da minha prima gata, qualquer lugar pra onde olho lembro dela, e imagino que essas ruas de Belém têm a marca dos sapatos dela. Meu primo vai ficar até com ciúme, mas me bateu imensa vontade de ligar pra ela, me senti muito mais próximo dela...

No hotel, conheci quatro companheiros de quarto que terei: Marcelo, Paulo, Daniel e Fábio, saímos pra night paraense, meio fraquinha na minha opinião, não sei se era porque não sabíamos ao certo onde ir, andamos pelas ruas, sentamos em um barzinho e conversamos sobre nosso futuro, sobre a vida de cada um. Descobri como a minha é desinteressante...

No dia seguinte, um turismo por Belém era tudo o que eu mais queria, fomos então para o ver-o-peso, uma das minhas maiores vontades. Encontrei um mundo diferente de tudo o que eu já vi na vida. As pessoas simpáticas e muito receptivas me convidaram pra provar das iguarias e tantos peixes que nem gravei o nome.Comprei até o perfume do boto, vai que me dá sorte...
Os cheiros daquele lugar é mágico, parece que estamos fazendo parte de um filme. Tanta coisa diferente, tanto dialeto que chego a pensar que existem dois países num só.

Comi e bebi até dizer chega, cheguei a arriscar uns passinhos do tal carimbó... Já pelas tantas da tarde fomos a um dos lugares mais lindos que já vi na vida, e olha que já viajei muito pelo mundo, mas beleza encontrei aqui no Brasil mesmo: a estação das docas, a vista é linda, Esqueci da vida olhando aquelas águas, jantamos num restaurante por alí mesmo e partimos para o hotel.

Hoje desembarquei em Altamira, cidade que ficarei pelos próximos 5 anos. Ficarei em uma pensão bem no centro quando não estarei na aldeia, lá ficarei 2 meses sem sair, e depois 2 meses em Altamira.

Não sei como farei pra me comunicar com minha família, acho que lá na aldeia não terei internet, mas sempre que algum superior vier, eu peço pra ligar e dizer como estou. Segunda-feira estarei partindo para a aldeia, estou morrendo de medo, mas muito ansioso também... seja o que Deus quiser.

Saudade de todos, inclusive de vocês: Bruna e Thais.